Por: Jair Soares
Músico, Ator, Animador Cultural, Arte educador, Educador Popular e Produtor Cultural.Graduando - se em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará - UECE.
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O presente resumo tem como objeto a
socialização do pensamento e da obra artística do escultor, pintor e desenhista
Suíço, Alberto Giacometti, através do ensaio Filosófico do dramaturgo, escritor
e filósofo Francês, Jean Paul Sartre. O texto aborda inicialmente a relação de
amizade e respeito entre o artista e o filósofo em meados de 1939, período
marcado pelo auge da segunda guerra mundial. O livro é dividido em apresentação
do filósofo e do artista, A busca pelo absoluto, As pinturas de Giacometti e os
créditos das imagens.
Um
ponto central a ser percebido na leitura é a relação que Sartre encontra no
pensar e no fazer artístico de Giacometti, que vai de encontro com o pensamento
filosófico existencialista de Sartre, que é baseado no homem, como único
responsável pelos seus atos e ações. Na filosofia existencialista Sartre vai
tecer uma crítica ao modelo de sociedade francesa da época, trazendo em jogo a
moral, os bons costumes, o modelo de governo, as relações sociais e suas
contradições. Sartre destaca Giacometti, pelo fato do artista refletir em seu
trabalho, um olhar para além da simples estética da arte, buscava - se nas
pinturas, desenhos e escultura, a concepção de uma “visão primordial”, um olhar
mais profundo em relação ao ser, em contraposição aos modelos pré-estabelecidos
pelos movimentos artísticos de sua época. Giacometti nega toda uma visão
tecnicista galgada simplesmente no conjunto da obra artística, pois o artista e
a obra de arte são incompletos, e esta incompletude faz parte da vida.
No trecho em busca do Absoluto Giacometti
refleti em suas esculturas o homem tal qual ele é, sem modificar sua estrutura
estética para parecer mais belo ou agradável aos olhos de que vê:
“O que o incomoda é esses esboços moventes
Sempre o maior caminho entre o nada e o ser
Sempre modificados, melhorados, destruídos e refeitos
Passaram a existir por si mesmo e de fato,
“Empreenderam longe dele uma carreira social”pag. 20
Quando Giacometti procura pelo absoluto ele
busca a figura humana protagonizando a sua prática, uma capacidade expressiva
da imagem e do objeto, desta forma o existencialismo na obra de Giacometti
traduz – se numa essencialidade e repetição dos meios expressivos, o homem tal
qual nós vemos.
Em relação o ultimo trecho da obra que fala
sobre as pinturas de Giacometti, trata – se do debate filosófico sobre a
diversidade de pinturas e esculturas que Giacometti criou e sua relação de
distancia do apreciador, o posicionamento de quem está vendo suas obras, e o
principal, a partir de que ótica o apreciador se coloca para apreciar a obra. Sartre
vai dizer que Giacometti possui uma suposta obsessão pelo vazio.
“Giacometti logo se inquietade manhã,abro os olhos.Ele tinha posto as calças e o paletó sobre o meu vazioMas outras vezes, caminha rente as paredesRoça os muros. O vazio em sua volta, são promessas deQueda, de escombros, de avalanches”. Pag. 51
“Como pintar o vazio? Parece que ninguém tentou isso
antes de Giacometti. Há quietos anos os quadros abarrotados. O universo é neles
inserido a força, Giacometti começa por expulsar o mundo de suas telas: seu
irmão Diego, sozinho, perdido num hangar; é suficiente. Ainda sim, é preciso
distinguir esse personagem daquilo que o cerca”. Pag. 57
Desta forma Sartre conclui o ensaio
destacando o pensar artístico de Giacometti como fundamental para a arte e a
filosofia, justamente pelo fato, do artista conseguir transcender no pensamento
e por em prática uma visão além do convencional em relação as pintura, desenhos
e escultura.
A arte de Giacometti aparenta – se á do prestigiador;Somos suas vítimas e seus cúmplices. Sem nossa avidezNossa precipitação desatinada, os erros tradicionais de nossosSentidos e as contradições de nossa percepçãoEle não conseguiria dar vida aos seus retratos. Pag. 76
Referencia
Bibliográfica
SARTE. Jean Paul, Alberto Giacometti/ Jean Paul
Sartre; organização e tradução de Célia Euvaldo – São Paulo: editora WMF,
Martins Fontes 2012.
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