VAZ e a Antropologia Filosófica.



Antropologia e Filosofia. Desde a aurora da cultura ocide
(cujos começos se situam convencionalmente em tomo do século
Vlll a.C., na Grécia), a reflexão sobre o homem, aguilhoada pela
interrogação fundamental “o que é o homem?”, permanece no
centro das mais variadas expressões da cultura: mito, literatura,
ciência, filosofia, ethos e política.

 Nela emerge com fulgurante evidência essa singularidade própria do homem 
que é a de ser o interrogador de si mesmo, interiorizando reflexivamente a relação
sujeito-objeto por meio da qual ele se abre ao mundo exterior1.

No campo filosófico, a interrogação sobre o homem toma-se o
tema dominante na época da Sofística antiga (séc. V a.C.) e, a
partir de então, acompanha todo o desenvolvimento histórico da
Filosofia ocidental, até encontrar sua expressão clássica nas célebres
questões kantianas2:

— o que posso saber? (teoria do conhecimento)
— o que devo fazer? [teoria do agir ético)
— o que me é permitido esperar? (filosofia da religião)
— o que é o homem? (Antropologia filosófica).

No entanto, a interrogação filosófica sobre o homem encontrou-
se, desde os fins do século XVIII, com o rápido desenvolvimento
das chamadas “ciências do homem” (human sciences ou
Geisteswissenschaften) ^ das ciências da vida que investigam cada
vez mais profundamente o ser biológico do homem, em situação
análoga à que se encontrara a Filosofia da Natureza no séc. XVII,
quando do aparecimento da ciência galileiana: ela foi chamada a
definir rigorosamente o seu estatuto epistemológico em face dos
novos saberes científicos sobre o homem, definindo, ao mesmo
tempo, sua relação com os procedimentos metodológicos e com os
conteúdos dessas novas ciências3.

( VAZ. Lima. Antropologia Filosófica, 4ª ed. corrigida, edições Loyola - 1998)

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