Roteiro Cenopoetico para o 1º Encontro Nacional Hebert Marcuse, Atualidade de o Homem Unidimensional: Controle, Introjeção, Aceitação da lógica de dominação.
Roteiro Cenopoetico para o 1º Encontro Nacional Hebert
Marcuse, Atualidade de o Homem Unidimensional: Controle, Introjeção, Aceitação
da lógica de dominação.
Por: Jair Soares e Jadiel Lima
– Cenopoetas - pesquisadores
CENOPOESIA, A arte subversiva de Ser
CANTIGA
Minha cabeça
‘se monstro sem rumo
‘sá bolota mole
‘sá estupidez
terra sem húmus
quer ser
CENO 1 – Fica decretado desde
ontem, hoje e sempre que todas as pessoas estão proibidas de pensar! Ou melhor,
proibidas de pensar fora da forma vigente e hegemônica de ser!
CENO 2 – Fica decretado que não
se pode criar produzir ou sequer se expressar de outra forma que não seja
pautada pela lógica do consumo e da servidão ao mercado!
CENO 1 – Fica definido que
“status quo” é o que é! Esse sim é verdade e efetividade!
CANTIGA
Esse mundo não é nada engraçado
Ricos fingem entediar-se com o
mercado;
O mercado, quanto mais nervoso.
Tanto mais os pobres nadam em
marés
E o mercado, quanto mais
nervoso,
Tanto mais os pobres
Nadam em marés de alegria
Domam suas fantástica utopias
Com chicotadas de embriaguez
sem pão
CENO 1 – Morreu fulano de tal!
morreu fulano de tal nas portas
da multinacional
onde o letreiro dizia:
CENO 2 – “ Não há vagas!”
CENO 1 – “Não insista!”
CENO 2 – “Não perturbe!”
Ceno 1 – “Não persista!”
CANTIGA
O não poder rir cantar dançar
Ler crer criar
Leva o ser
Há ou não Ser
Ou há ser
Bocados de cacos clonados
E globalizados
Padrões de ser
CENO 2 – A gente tem que dar um basta! Repensar o
que queremos do mundo e o que estamos pondo nele.
CENO 1 – Se não, vamos seguir como estamos: achando que descer na tirolesa já tá bom demais, se esquecendo de voar...
CENO 1 – Se não, vamos seguir como estamos: achando que descer na tirolesa já tá bom demais, se esquecendo de voar...
CENO 2 – E o pensar é o quê, senão negar? Negar o
inegável, negar a negação!
CENO 2 – Como fazer da razão efetividade?
CENO 1 – O tempo não para. A língua é viva mas
pode morrer.
CENO 2 – A vida tem limite?
CENO 1 – A vida sem sentido dorme. O ser não é
sermão. O ser não sendo está sem razão.
CENO 1 – Mas ainda haveremos de ser com a arte
antes mesmo de ser pela arte!
Outro, outros tantos num só, que de tanto ser,
Não haverá como mais somente ser desta ou
daquela, dest’arte!
CENO 2 – Não se trata de avaliar o instante
CENO 1 – Gostei!
CENO 2 – Não gostei!
CENO 1 – Positivo!
CENO 2 – Negativo.
CENO 1 – NADA DISSO!
Nada disso
Nada disso
Nada disso
Sejamos práticos!
Sejamos claros, objetivos...
CENO 2 – Sejamos práticos coisa nenhuma!
Prática, Clara, objetiva e eficiente é a morte!
Morte produzida e vendida nos mercados
Mercados de morte
Economia de morte
Economia de morte
Cultura de morte
Linguagens de morte
Mídia mortífera
Práticos da morte
CENO 1 – Mortemercadoria cara
Visão de morte envolta nas máscaras do vazio
Vida rara em constante desafio
CENO 2 – Transcender!
Falamos de vida
A vida do poema
A alma do poema
A poesia
O SER e o TEMPO da poesia
A biodiversidade da alma no SER
Afora os mercados de capitais
CENO 2 – Eu quero pegar o sol!
CENO 1 – Você se queima!
CENO 2 – Eu quero pegar o sol!
CENO 1 – Você se queima
CENO 2 – Eu quero pegar o sol!
CENO 1 – Você se queima porra!!
CENO 2 – Aiiii!!!
CENO 1 – Tá vendo? Eu te
avisei!
CENO 2 – De que me importam os
teus avisos?
CENO 1 – Mas e agora o que
fazer?
CENO 2 – Ora... Curar a
queimação e tornar a buscar o sol!
CANTIGA
A vida, esta sim,
pode emergir da lama,
de um filete d'água,
de um talo de capim.
A vida, esta sim,
pode emergir do homem,
da mulher, do chão, do grão
talvez, do meu jardim.
Quem está vivo um dia morre,
mas a vida continua; só
não se sabe até quando o sol
o nosso rei renascerá.
Mas é preciso ter cuidado
quem se movimenta;
é do vivo vacilante
que a morte vive e se alimenta.
Referencias
LIMA, Ray. Pelas Ordens do Rei
que Pede Socorro: Um roteiro manifesto da Cenopoesia. – Fortaleza: Expressão gráfica
editora, 2012.
LIMA, Ray. Lâminas. Ray Lima;
Henrique José, Gráfica editora, 2009.
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