A forjada manifestação de cunho direitista e
conservador das elites brasileiras foram à expressão mais concreta do baixo
nível de politicidade que faz jus ás ideologias dominantes. Por coincidência a
cidade que houve segundo os jornais manipuladores de opinião pública o maior número
de pessoas foi á cidade de São Paulo, celeiro eleitoral onde manteve
sua expressividade nas urnas contra a segunda tentativa de candidatura da então
presidente Dilma Rousseff.
Não é novidade para ninguém que esta cidade
tenha tido um número considerável de participantes tendo em vista esta situação
antes anunciada. A verdade é que aqueles que foram ás ruas de São Paulo são boa
parte o eleitorado do candidato de oposição nas eleições passadas Aécio Neves,
que por sinal foi totalmente hostilizado quando chegou ao local da manifestação.
Segundo mostram algumas imagens e comentários em redes sociais. Para os manifestantes
Aécio e Alckmim estariam aproveitando-se do ato para se promoverem.
É importante perceber a partir de imagens nas redes sociais o teor de vulgaridade
e desrespeito com a classe mais pobre e oprimida, frases como: “A Dilma não
foi eleita por pessoas que leem jornais, mas pelas quais se limpam com ele” é
uma das formas mais preconceituosas contra a população que votou á favor de Dilma
Rousseff, além disso, é menosprezar as populações que vivem em condições de
vulnerabilidade social, como se os jornais fossem restritos apenas aqueles que leem
e compram jornais. E que nas mãos das camadas mais pobres o jornal servisse
apenas para ser utilizado como papel higiênico.
Outra
frase que ficou marcada foi à seguinte: “balança que essa quenga cai” fazendo
referência à presidente Dilma. A frase demonstra um total preconceito e
machismo contra a imagem da mulher. A palavra “quenga” no nordeste é utilizada
de forma pejorativa para expressar certa ojeriza e vulgarização com as mulheres
que são profissionais do sexo. Portanto, é uma palavra usada propositalmente
para denegrir a imagem da mulher. No ato foi utilizada em duplo sentido como se
estivesse associada à parte da casca que compõe o coco onde a metade é
utilizada para se fazer uma espécie de vasilha.
Assim foi clara a tentativa mais uma vez de um
golpe político idealizado pelos grandes grupos direitistas que estão
insatisfeitos com os problemas que eles próprios criaram. Como bem sabemos os
mesmos partidos que hoje se consideram oposição ao PT, foram justamente aqueles
que estavam levantando as bandeiras do PT nos palanques ainda na primeira gestão
do presidente anterior Luis Inácio Lula da Silva.
Por fim a pretensão deste golpe não é derrubar
a então presidente Dilma, mas dar continuidade á uma política dominante que
sempre esteve no poder usurpando e enganando a população. Uma política que é
sustentada pela elite empresarial brasileira, descomprometida com as causas
sociais, que defendem interesses particulares e neoliberais. Foi assim desde os
militares em 64, passando por Collor de Melo, FHC, entre outros.
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