Mais
uma vez, voltamos ao debate sobre a responsabilidade do estado brasileiro,
enquanto instância institucional, estruturada dentro do modelo político
republicano e que possui um papel importantíssimo no país, a saber, o de agente
regulador, fiscalizador, orientador social e executor de políticas públicas,
tratando de garantir um processo de desenvolvimento equilibrado e socialmente
justo.
A
nível de discurso o texto é realmente encantador, todo estruturado e voltado
para o desenvolvimento social justo, que se propõe a cuidar de sua população,
garantindo os seus direitos etc. Chega a emocionar!
Esse mesmo estado, sustenta-se materialmente a
partir da força de trabalho (seja física ou intelectual) de sua nação, das riquezas
nacionais (petróleo, pecuária, agronegócio) e de boa parte dos impostos e taxas
abusivas que saem dos bolsos dos contribuintes (trabalhadores e trabalhadores).
Além, dos acordos econômicos de ordem nacional e internacional que põe em risco
não só o país, mas também a sua população e consequentemente as suas riquezas
naturais.
A
base de sustentação dos acordos econômicos é simples! A velha frase dos
déspotas, afirma que: “Negociando com as empresas do exterior, nosso potencial econômico
será alavancado e o povo brasileiro terá mais empregos e consequentemente mais
renda para aquecer o mercado”. Assim, diminuiremos a pobreza. Na efetividade,
sabemos que não é assim que funciona. O Brasil segue as ordens do mercado
mundial que define: “O sucesso econômico de um país é baseado na austeridade fiscal e na contenção de gastos dos setores sociais. Pragmaticamente é assim que
funciona. Para isso, temos a ajuda de boa parte da classe empresarial e de uma
parte considerável do Congresso Nacional, o jurídico entra para facilitar as
coisas.
O Brasil é campeão em vender suas riquezas
para grupos estrangeiros, além de ser um país que adora ser administrado por
empresas que não fazem parte deste território nacional. Outro fator importante
é que os países de fora, adoram investir no Brasil, primeiro pela facilidade de burlar o sistema político, econômico
e jurídico e segundo porque no
Brasil as taxas de impostos são
atrativas para os investidores nacionais e internacionais. Neste sentido, fica
a pergunta: Se um país é capaz criar estratégias de produzir tamanha riqueza,
por que boa parte de sua população ainda vivem em condições sub-humanas?
Mesmo
com tantas riquezas das mais diversas categorias, lançamos a pergunta: Por que
um país que produz tanta riqueza e cobra as maiores taxas de impostos do mundo,
ainda tem boa parte de sua população em condições de fome e miséria? Para onde vai tanta riqueza? Como escoar a
produção de comida do Brasil para a mesa dos que não tem?
No
Brasil se produz o suficiente para suprir as necessidades de sua população, não
é à toa que é o 4º maior produtor de alimentos do mundo, atrás de China,
Estados Unidos e Índia; O Brasil também é 2º nas exportações, depois dos
Estados Unidos. A soja, a carne, o açúcar e o café estão entre os principais
produtos na pauta das exportações brasileiras, somando aproximadamente 30% do
total exportado pelo país. Mais de 7,2 milhões de pessoas são afetadas pelo
problema da fome no Brasil. No entanto, a produção nacional de alimentos é mais
que suficiente para alimentar todos os brasileiros. É isso o que aponta a
pesquisa feita pelo professor Danilo Rolim Dias de Aguiar, pesquisador do
Departamento de Economia do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar). No estudo, Aguiar fez um levantamento sobre a produção
agrícola e pecuária do país entre 1995 e 2003, excluindo os volumes exportados
e alimentos processados, e calculou os itens em calorias e proteínas. O
pesquisador considerou que uma pessoa precisa, em média, de 2 mil calorias e 51
gramas de proteína por dia. Nesse cenário, há mais que suficiente para todos:
em termos de caloria, a folga é de 20%. Em proteína, 60%. O que explica, então,
o fato que 7 milhões de pessoas passam fome e cerca de 30 milhões são
subnutridos? “A questão fundamental no Brasil não é falta de alimento ou
potencial para produção, e sim o acesso. Os dados mostram que a renda acaba
sendo o fator mais importante. Essa quantidade de alimento seria o suficiente
para todo mundo se fosse igualmente distribuída entre as pessoas”, explica
Aguiar (http://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/producao-de-alimentos-e-suficiente-para-resolver-a-fome-no-brasil/,
acesso 25/02/208).
De
acordo com a pesquisa destacada pelo professor (Aguiar,2017) a palavra “distribuição”
aparece como questão central. Temos e produzimos muito, todavia, toda a
produção fica concentrada nos domínios de poucos, ocasionando posteriormente os
agravos sociais como: miséria, pobreza, fome e principalmente a deficiência nas
políticas sociais.
A concentração de riquezas nas mãos de poucos
é o exemplo mais pragmático de exclusão social e segregação de classes. A
necessidade de mantermos o debate sobre as classes ainda hoje em pleno século
XXI é mais que necessário.
De
acordo com o site da ONU/Brasil, entre 2004 e 2013, os índices de pobreza no
país caíram de 20% para 9% da população e de 7% para 4% no caso da pobreza
extrema. No entanto, os principais aspectos ou perfis da pobreza continuam os
mesmos: ela está mais presente no meio rural e nas regiões Norte e Nordeste do
Brasil.
As
reflexões expostas nos levam a perceber que a nível de Brasil, vivemos momentos
de avanços significativos, mas que atualmente, caímos em retrocesso, devido as
situações políticas que já estavam fragilizadas e que pioraram ainda mais, com
o golpe de estado, orquestrado por grupos
empresariais, partidos de direita e
alguns que se diziam de esquerda, pelas
frentes ideológicas conservadoras, conduzidas pela câmara de deputados federais,
senado e supremo tribunal federal.
Agora
em 2018 estamos às vésperas de mais um processo político partidário no qual
serão escolhidos através do voto direto:
Presidente da República; Governadores; Senadores; Deputados Federais e
Deputados Estaduais/Distrital. Mais uma vez seremos responsáveis para eleger
aqueles(as) que vão solucionar os problemas do país. Diante de tanta intrujice
o que fazer? Como iremos proceder neste novo processo que nos cerca? As
artimanhas dos achacadores já temos uma noção, será que seremos levados pela
correnteza perversa da politicagem rumo ao abismo da própria morte? Em Outubro
de 2018 saberemos.
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