E O BRASIL? ONDE VAI PARAR?


Desenho do cartunista Henfil( 1944-1988).
                                                                                                                   Por Jair Soares[1]

       O desenvolvimento do Brasil vai de mal a pior. Esses retrocessos surgiram em 2019 com o início do atual governo federal. A equipe de governo não consegue estruturar um quadro de profissionais que realmente consigam dar excelência aos serviços das pastas ministeriais. Em 15 meses, 8 ministros foram exonerados dos seus cargos. Vamos lembrar alguns?  Bebianno (Sec. Geral da presidência); Ricardo Vélez (Min. Da educação), Santos Cruz (Sec. De governo); Floriano Peixoto (Sec. De governo); Gustavo Cannuto (Des. Regional); Osmar Terra (Cidadania); Henrique Mandetta (Saúde) e Sérgio Moro (Justiça).

       Isso mostra que os níveis de gestão e administração no atual governo deixam muito a desejar, tais problemas acabam que impactando de forma negativa na vida da população brasileira, sobretudo, das classes menos favorecidas: Economicamente, socialmente e culturalmente. Outro ponto a ser destacado, é que mais uma vez, as políticas sociais são impactadas. Os cortes de recursos públicos demonstram esse problema.

       De acordo com informações do Senado Federal de 2019[2]  em audiência pública da Comissão Mista de Orçamento (CMO), especialistas alertaram sobre as dificuldades de implementar políticas públicas caso o Censo Demográfico de 2020 sofra restrições orçamentárias. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que pediu o debate, observou que os cortes vão ter reflexos nos investimentos em programas de saúde, moradia e de combate à pobreza. Participaram do debate a representante da Associação de Servidores do IBGE (Assibge), Dione Conceição de Oliveira; e os pesquisadores Rogério Jerônimo Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP), e Débora Castanheira Pires, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

       O corte de 50% no orçamento federal deste ano do Sistema Único de Assistência Social (Suas), aliado à descontinuidade da transferência de recursos aos municípios, têm gerado dificuldades para o atendimento a crianças, adolescentes e idosos em situação de vulnerabilidade nas cidades cearenses. Os gestores manifestam preocupação com o risco de paralisação das políticas públicas da assistência social.

        No Ceará, o déficit nas transferências do Governo Federal gerou um débito de R$ 83,7 milhões na assistência social dos 184 municípios cearenses. O Coegemas reivindica a recomposição orçamentária dos recursos federais e a regularização dos repasses mensais que estão atrasados para os municípios, oriundos do Fundo Nacional e do Fundo Estadual de Assistência Social.

        Além da problemática das Políticas Sociais, estamos enfrentando desde de Março de 2020 uma pandemia de Covid-19, que segundo os números do Ministério da Saúde, geraram no Brasil até o começo de maio: 11mil.123 mortes e 162mil. 699 casos confirmados da doença. Outros países apresentam números piores como os EUA, que chegaram a 56mil. 189 mortes e a Itália com 26mil.977 mortes.

      Mesmo diante do cenário alarmante, alguns representantes do governo federal, insistem em dizer que o vírus é apenas uma gripe passageira e que é necessário pensar no desenvolvimento da economia do país. Como pensar no desenvolvimento econômico do Brasil diante de um cenário de adoecimentos e mortes? Consideramos que tal maneira de pensa é um tanto desequilibrada e sem nenhum censo de cuidado e preocupação com a população brasileira. Além dos casos confirmados da doença, os estados brasileiros enfrentam diversos problemas no setor de atendimento em saúde. Vários hospitais operam com a capacidade máxima, muitos pacientes aguardam nas filas e muitas vezes sentados no chão para conseguirem atendimento.

       Para piorar a situação, o chefe do executivo federal utiliza o momento de pandemia para gerar discórdia entre a população. De um lado a classe rica empresarial, junto com um percentual significativo da classe mais pobre, pedindo a liberação do isolamento social. Do outro, diversas pessoas mantendo o cuidado e a prevenção. Qual o interesse em pedir a população brasileira para ariscar a vida diante de uma pandemia? Quem estaria pressionando politicamente o poder executivo para tal feito? Ou, isso tudo faz parte do projeto político do governo que mostrou – se conservador e a favor dos interesses políticos e econômicos dos grandes grupos do capital financeiro?

       No último final de semana, data de comemoração do dia das mães, diversas cidades da Região Sul do País, afrouxaram o isolamento social e promoveram festas e outras atividades. Como exemplo temos a cidade de Gramado-RS, que abriu um bar e restaurante e os garçons ficaram brincando e dançando enquanto prestavam o serviço, em Minas Gerais, abriram bares na cidade de Nova Lima. O afrouxamento das medidas de isolamento é oriundo dos discursos e incentivo do executivo federal, isso demonstra que não existe responsabilidade para com a vida da população.

       Diante de um cenário tão complexo no Brasil, o chefe do executivo federal saiu no último final de semana andando de lancha sem máscara de proteção, deixando claro que não está preocupado com a situação que o Brasil enfrenta com o Covid-19, e esbanja nos gastos com recursos públicos. Segundo fontes do Portal da transparência e de jornais, houveram um gasto mensal de 709, 6 mil reais. Os números mostram que o gasto ultrapassou os valores de presidentes anteriores como Michel Temer (PMDB) e Dilma Rousseff (PT).

       Além das despesas com cartão corporativo, o chefe do executivo goza de segurança privada, carros blindados de luxo e outras regalias.  O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República gastou R$ 7.142.500 (Sete Milhões, Cento e quarenta e dois mil e quinhentos reais) com a compra de 29 carros de luxo para as famílias dos chefes do executivo. Porém, vale ressaltar que existem a manutenção dos carros, troca de combustível, limpeza etc. Juntando tudo pode chegar a mais de 8 milhões de reais, oriundo dos recursos públicos do Brasil.

       Assim, nos resta a seguinte reflexão: Existe possibilidade de desenvolvimento de uma país que nem o Brasil, diante de tantas aberrações? Qual é a real preocupação com o Brasil? Pelo visto, nenhuma. Os bolsões de pobreza continuam e parece que a tendência é piorar. Não pelo fato de as pessoas terem de cuidar da sua saúde diante da pandemia, muito pelo contrário. O executivo federal diante da situação, deveria investir ainda mais nos estados brasileiros e em ações que promovam a saúde e a vida das pessoas. Em vez de ficarem trocando farpas nos veículos de comunicação.

       Um executivo que se preze não sai em rede pública ameaçando os servidores públicos concursados de carreira e a sociedade em geral, afirmando que não haverá salário para pagar as pessoas. Nem muito menos, espalhando mentiras, afirmando que o país vai quebrar por não ter dinheiro. Sendo assim, como irão pagar os serviços de segurança privada? Como irão pagar os salários do executivo? TSF? Congresso Nacional? Será que esses setores ficarão sem pagamento? Então, o que esperar do executivo federal? Pelo visto, até agora nada.





[1] Especialista em Gestão de Políticas Sociais – Faculdade de Educação São Luís; Especialista em Educação Popular em Saúde pela Fiocruz; Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará. Cursa Pedagogia na Faculdade IBRA.


Outras fontes de pesquisa: 

 https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/05/bolsonaro-gasta-mais-que-dilma-e-temer-no-cartao-corporativo-da-presidencia.shtml

 https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/24/veja-os-ministros-que-sairam-do-governo-bolsonaro.ghtml

 https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/regiao/corte-em-orcamento-prejudica-programas-de-assistencia-social-no-ceara-1.2127039
 https://covid.saude.gov.br/

 https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus/brasil-se-torna-decimo-pais-com-mais-mortes-por-coronavirus-1-24396787

 https://revistaautoesporte.globo.com/Noticias/noticia/2019/06/como-sao-os-29-carros-de-luxo-que-bolsonaro-encomendou-para-sua-familia-e-do-vice-mourao-17-deles-blindados.html

 https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/05/08/interna_gerais,1145634/nova-lima-tem-bares-com-aglomeracao-apos-flexibilizacao.shtml
 https://catracalivre.com.br/criatividade/vinte-e-cinco-anos-sem-henfil/

 Vídeo com garçons dançando em tempos de quarentena.
 https://www.youtube.com/watch?v=VknDB88-PJE

ANEXOS.

Chefe de executivo andando de lancha em tempo de pandemia.

Garçons de um bar restaurante em Gramado-RS

Aglomeração em Nova Lima-MG em tempos de quarentena.

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