FACES DA CULTURA: A ARTE DE ANTENOR LAGO


                                                                                                                 Por Jair Soares






Algumas considerações sobre a obra de Antenor Lago

DESCRIÇÃO

O que você ver?

·         Rostos de perfil;

·         Olhos nos mais diversos formatos;

·         Diversas formas de cabeça com coloração acentuada;

·    Diversos formatos de lábios, presença de formas geométricas;

·         Algumas imagens apresentam semblante de seriedade e tristeza;

·         Forte presença da cor amarela, rostos que apresentam o semblante de jovens, homens, mulheres;

·         Imagens que apresentam a característica do NEGRO, INDÍGENA, EUROPEU E ASIÁTICO;

·         Forte presença de características egípcias e orientais;

·         Imagens com barba, possivelmente trazendo a ideia de homem;

·         Presença de cocares indígenas e rostos tribais.

ANÁLISE

Estrutura da obra e sua composição?

A estrutura da obra está na composição figurativa com uma geometria exacerbada de muitas diagonais que dão movimento ao olhar. Os planos superpostos passam a ideia de volume Cores quentes e cores frias se interpenetram numa dança visual. O excesso de figuras humanas criam ritmo pela repetição.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Época da obra, quem é o autor?

Ano da obra: 2019/2020

Fortaleza - CE

Autor: Antenor Lago Costa – Artista plástico Natural do estado da Bahia e radicado no Ceará.

Possui graduação em Artes Plásticas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (2005).

 Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Artes Vivências, Artista visual.

Alguns prêmios

 1969-Salvador Ba-III Prêmio Artistas Novo-Colégio Estadual da Bahia. 1973-São Paulo SP-Fixa residência. 1974-Santos SP-Salão de Arte Jovem. 1974-Punta Del Este Uruguai-Expo Internacional de Pintura. 1974-São Paulo SP-Ateliê Vivo Gravura Brasileira-Bienal Nacional. 1975-Porto Alegre RS-III Salão de Artes Visuais. 1976-Montreal Canadá-Gravadores Brasileiros. 1977-Maldonado Uruguai-II Bienal Americana-Primeiro Prêmio. 1978-Salvador Ba-Individual Galeria Sereia. 1978-São Paulo SP-Coletiva Itinerante Brasil-Galeria Arte Global. 1979-Barcelona Espanha-Salão Desenho Joan Miró. 1979-Bucareste Romênia-Coletiva Internacional Premi Dibuix. 1980-Salvador Ba-Coletiva Museu de Arte Moderna. 1980-São Paulo SP-Mostra de Desenho Jovem-Museu de Arte Contemporânea 1981-São Paulo SP-Coletiva FAU/USP 1982-São Paulo SP-Individual Anfiteatro de Convenções USP. 1983-São Paulo SP-Coletiva Galeria SESC Paulista.

INTERPRETAÇÃO

Qual é o significado que fica para mim quando interpreto a obra?

O Antenor apresenta uma diversidade acentuada de cores fortes, um pincel “cheio” que marca a potência das faces. O conjunto de faces expressa uma diversidade de culturas existentes no Brasil, principalmente a cultura negra e indígena, sem deixar de lado a influência europeia.

 O semblante nos olhos das faces expressa também uma característica de alegria e sofrimento do povo brasileiro, muitas vezes oriundo do que representou a constituição do Brasil. Não podemos esquecer que fomos colônia de Portugal e que durante 500 anos o Brasil viveu um mundo de violências e violações de direitos. Observei uma forte presença de um traço oriental nos olhos das faces, possivelmente relembra que em várias capitais do Brasil temos a presença muito forte de povos japoneses, italianos, alemães etc.

Contudo, a valorização do indígena e do negro nas imagens é mais acentuada, sobretudo pela presença forte da cor negra e dos cocares indígenas com uma pintura que dá a ideia de palha. Aqui no Ceará, os cocares indígenas são feitos de palha e não de pena.

Por fim, é notável uma certa potência nas faces. Possivelmente pela capacidade que o povo brasileiro, e em específico nordestino possui para enfrentar as adversidades.

 


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